quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Reverência à vida!


        Reverenciar a graça da vida deveria ser do nosso cotidiano. No entanto, passamos dias e dias virando o rosto para o sol, desdenhando das provas extraordinárias que a cada passo nos defrontamos. Excluir-nos, por rancor ou orgulho, do palco da vida, é a grande ingratidão! Viver é participar do clima, é sentir orgulho da consciência, nosso dom exclusivo.
        E, verdadeiramente, não valorizar o dom da vida é a grande prova de desamor. William Shakespeare afirmou: “não amam os que não mostram seu amor”.
            Quão tolos, ingratos, desmerecedores, somos em reclamar do sol, odiar a chuva, fechar os olhos para o colorido da vida!
            Talvez sejamos o alvo de Lucrécio, que disse: “cansados, saciados do espetáculo dos céus, nós não nos dignamos mais erguer nossos olhos para esses templos de luz”.
            Se nos cansarmos do espetáculo da vida, só nos restarão as ausências dos templos de luz que a morte nos impingirá.
            Amo a vida. Só não aprendi, ainda, a demonstrar-lhe meu amor.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O outro. E eu?

Até onde pode alcançar a minha reza? A minha macumba?
Por aonde vão minhas intenções, carregadas de adrenalinas, boas ou más, até atingir o outro? Como poderão atingir o alvo, se atiro pensamentos e a minha vítima está num poço, num abismo, ou está no mais longínquo da estratosfera?
De que me adianta torcer pelo sucesso ou insucesso do outro se, da arquibancada, não poderei empurrá-lo, nem freá-lo? De onde estou só posso ler as plaquetas dos recordes ou dos fracassos. Quando ele olhar para a arquibancada, dificilmente me encontrará no meio da multidão.
De que me adianta cuidar do outro, se assim agindo poderei irritá-lo, ou ajudá-lo insuficientemente? Ou influenciá-lo exageradamente, positiva ou negativamente?
Qual o bem que posso desejar para o outro, se só ele sente o que verdadeiramente lhe será vantajoso? O melhor para o outro poderá não ser o mesmo que estiver na minha intenção.
Se me preocupo com o outro porque o imagino carente de tal, posso estar ignorando o que verdadeiramente o aflige, na sua intensidade, na sua abrangência. Se tentar ajudá-lo, poderei, involuntariamente, desagradá-lo, empurrá-lo para o mal.
Clarice Lispector disse: “Um dia, tinham se passado vinte anos".
Enquanto me preocupo com as carências e falências do outro, o tempo passa.
Se tudo que intento para o outro me conforta, ou me traz a paz cruel da ira, mas, na verdade, não ajuda nem importa, porque não uso essas energias por mim?
Ah, como é importante o outro!
E eu?
Autor desconhecido: •Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
 •Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência. 
 •Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
 •Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.
A solidão e o ovo. O homem, tendo vivido em cubos, cubículos, quadrados, quando todos do seu universo se vão, por desprezo ou pelo distanciamento, ou pela morte, se parece com um ovo. Nu, sem recursos, está sujeito a qualquer evento. A criança nascida, que diferença tem de um ovo? É logo afagada; o ovo é largado no chão. O que falta para o solitário? Alguém na cadeira. O que tem de sobra, o solitário? Excesso de si no seu pouco-mundo. O que mais teme, o solitário? A multidão. O que espera o solitário? Batidas na porta. A quem importa o solitário? Não conta, não importa. O quê faz o solitário? Coisas, sem registros, nem lembranças. Como o peixe que nunca será notado porque não pescado, a solidão encobre o homem nas trevas do esquecimento. Morte, solidão eterna. Assim que se encerram os cantos, todos os cantores se vão. 17 JAN 13

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Comece hoje! - "Observe sua postura quando ouve. Você ouve prestando total atenção ou pensa em soluções enquanto a outra pessoa está falando? Você espera impacientemente para expressar seu ponto de vista? Você se precipita automaticamente quando o outro respira ou faz uma pausa para organizar um pensamento? Da próxima vez que conversar com alguém, escute prestando total atenção. Se começar a formular qualquer resposta enquanto o outro estiver falando, retome a concentração e seja todo ouvidos. Uma das maiores cortesias que se pode fazer a alguém é lhe dar toda a sua atenção" - Da obra “Eu não tenho que resolver tudo” – Editora Rocco – Gary B. Lundberg e Joy Saunders Lundberg – pg. 71.
"Quem (se eu gritar) me acudirá debaixo da imensidão dos céus?" - Maria Lúcia dal Farra, poeta brasileira, em Rilke, do Livro Alumbramentos (Iluminuras).