Bernard Tapie – obra: GANHAR
Foi assim que um dia eu adotei uma raposa. Nós a encontramos
ferida na floresta de Senlis. Soube depois – lendo em algum lugar – que, numa
ninhada de raposas, há sempre uma que é condenada pela mãe, mistério da seleção
natural: num momento determinado, na poça onde todas bebem, há uma que bebe de
modo diferente das outras, lambendo como cachorro. Essa, ela mata. Chegamos bem
na hora em que a mãe ia matá-la. Nossa aparição fez as raposas fugirem. Nós a
recolhemos e cuidamos dela. Durante seis ou sete anos – eu tinha seis ou sete
anos e fiquei com ela até os catorze -, ela foi o meu cachorro de estimação.
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