E
o diabo, por onde anda?
Precisamos
encontrar o diabo. Urge uma conferência, para um armistício. Sem diálogo vai
ser difícil.
O
mundo caminha na contra-mão, num estouro de insensatos. Os tijolos, cozidos no fogo da esperança, que formam o
alicerce dos seres diferentes que somos, feito de honra e decência, desmancham-se a cada dia, fragilizando-nos, tornando-nos
meros animais nascidos unicamente para a perpetuação da espécie.
Valiosas
são, ainda, as crianças. Porque puras, ainda intocadas, ainda não infectadas.
Depois que perdem a inocência, caem no turbilhão maluco dos interesses
materiais, dos sonhos vãos sonhados no sem-compromisso.
Infelizes
somos, e seremos, mais e mais, por não darmos valor às coisas da alma.
Exclusividade nossa. Patrimônio incomparável.
Carinho,
cuidado e compreensão, valores de todos os seres vivos, estão a se perder, lentamente,
no tempo que se escoa no infinito escuro.
Sem
estas qualidades, inerentes às mães, nenhum filho sobreviveria. Não só aos
pequenos são importantes, mas também muito fundamentais para o crescimento
moral de toda mulher e de todo homem.
Desculpo-me.
Não, não invoquemos o demônio. Guimarães Rosa foi taxativo: “o Arrenegado, o Cão, o
Cramulhão, o Indivíduo, o Galhardo, o Pé-de-Pato, o Sujo, o Homem, o Tisnado, o
Coxo, o Temba, o Azarape, o Coisa-Ruim, o Mafarro, o Pé-Preto, o Canho, o
Duba-Dubá, o Rapaz, o Tristonho, o Não-sei-que-diga, O-que-nunca-se-ri, o
Sem-Gracejos... Pois, não existe! E se não existe, como é que se pode se
contratar pacto com ele?”
Por
isto desisto de invocá-lo. Mas Guimarães Rosa também disse: "Viver
é muito perigoso!"
Aproveito
e pergunto: de onde vem esse perigo?
A
alma é um espírito que se agarra ao corpo do homem e só larga com a morte.
O
mal dos homens, eu acho, é que eles estão querendo livrar-se da alma antes da
hora.
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