A bola dos insensatos.
“A
nau dos insensatos é uma antiga alegoria muito usada na cultura ocidental em literatura e pinturas. Imbuída de um
senso de autocrítica,
ela descreve o mundo e seus habitantes humanos como uma nau cujos passageiros
perturbados nem sabem nem se importam para onde estão indo” – Wikipedia.
Esta
figura de linguagem é atualíssima! Quando lembro da “nau dos insensatos”
comparo com um caminhão desgovernado, cheio de pessoas alvoroçadas na
carroceria, dançando, aos gritos, indiferentes aos perigos que correm à cada
curva.
E
visualizo o Planeta Terra, esta bolota apressada, coberta por pessoas em festas,
parecendo uma bola porco-espinho, cada espinho um alucinado, “não sabendo nem
se importando para onde estão indo”.
O
caminhão, o navio dos desarvorados, a Terra, vão em direção de quê?
Vão
na mesma direção em que vão as jovens e os jovens embriagados, transfigurados,
que lotam as boates, os bares, em shows alucinados, embalados por batuques
intermináveis, mantidos acesos por drogas inomináveis.
Vão
no mesmo rumo dos filhos ingratos, egoístas, sobranceiros, que tratam os pais
como meros instrumentos de suas vontades urgentes, exigentes, inconsequentes.
E
tudo porque, desde Sodoma e Gomorra, os homens tentam, e tentam, sem sucesso, livrar-se,
“libertar-se” das suas consciências, fardos insuportáveis, vigias das suas
almas estragadas.
O corpo lhes basta. Um corpo,
sem alma, não cobra, não pune, não paga. Os homens, fantasmas vestidos, ocos,
insensatos, passageiros da agonia, não têm noção.
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