Para um homem, a mulher começa como uma graça, jovem é um mito, adulta, a coisa mais importante. Sempre foi assim, para todos os homens do meu tempo.
A
visão inesperada da barriga da perna de uma mulher já foi um evento
extraordinário, porque inusual, proibido porque pecaminoso, para quem mostrasse
e para quem visse.
Com
o passar do tempo, a mulher foi-se despindo, até andar publicamente semi-nua.
Mas não despudorada, porque moda impingida, súdita dos novos tempos.
Hoje,
vindo da caminhada da meia tarde, uma mulher, agachada, urinava ao lado de um
carro, rindo à solta com a amiga que procurava servir-lhe de proteção.
Que
momento, triste, decadente, desolador! Aquela que um dia foi uma graça, um
mito, urinando no pneu de um carro tal e qual uma cadela sem teto nem dono
encharcando um poste!
Os
hábitos que transformaram essa mulher em objeto de pena, foram, certamente, os
mesmos que lhe tiraram a graça e a meiguice. O quê lhe sobrou?
Foi
um aviso: sinal dos tempos negros de que nos aproximamos muito rapidamente. O
homem já se abaixara e se rebaixara há muito, tornando-se um “bicho moderno”:
violento, despudorado, desclassificado. Desalmado.
A
mulher chegou ao ponto de embriagar-se tanto quanto o homem, aviltar-se tanto
quanto o homem, a tornar-se tão besta quanto o homem. Nada disso era preciso.
Então a beleza não merece mais reverência? A mulher pretende desqualificar-se
como companheira e mãe, porque quer ser homem na totalidade da igualdade?
Por
favor, não! Se a mulher perder a graça, o que restará?
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