Tudo é possível. Menos o improvável.
Sempre que caminho, gravo pensamentos gratúitos.
Hoje, levei o gravador, mas nem cheguei a tirá-lo do bolso.
Penso que hoje foi um daqueles dias em que o desassombro superou os bons espantos. Sim, a vida me espanta, pelas belezas da natureza incomum. E também me desassossega pelos atos incompreensíveis dos homens.
Valho-me, então, de uma das gravações da minha última caminhada: a Terra viaja celeremente pelo espaço. As pessoas que morrem, vão ficando na escuridão do caminho.
Ora veja, que idéia! No seu deslocamento contínuo (29,78 quilômetros por segundo), imperceptível para nós, quando a pessoa morre, no momento em que o corpo perde a posse do espírito, a Terra, já longe daquele infeliz(?) lugar, abandona-o lá, leve, sem presas nem presilhas, ao léo, pois, liberto do corpo, o espírito não tem como fixar-se em qualquer coisa para acompanhar a sua trajetória sem fim.
O espírito vai para o espaço.
A Terra não é lugar para espíritos soltos. A Terra é o lugar dos homens de corpo e alma.
Como tudo é possível, menos o que não é certo que suceda, como não é provável, impossível é? O quê dizer ?
E de que lugar do espaço vêm essas idêias malucas?
10/dez/12.
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