quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Socorro!


Excerto do conto "Jói, o fim e o recomeço do ócio" (Irmãs Brasil)

"...
– O senhor poderia ter vindo mais arrumado. Nós não dissemos que íamos falar com o Governador? Ao menos um chapéu! – falou, revoltada, Brida. Jói mordeu-se. Brunde mostrou o caminho. Encostaram na guarita e se apresentaram.
– Bom dia, seu guarda.
– Bom dia.
– Nós queremos falar com o Governador.
– Seus nomes e assunto.
– Brunde, Branda e Brida Brasil. Nós queremos agradecer o presente que ele nos deu: este carro.
– Um momento, por favor.
O guarda pegou o telefone e falou:
– Sargento, aqui é o cabo Revolto, da Guarita Um. Tem umas madames...
– Obrigadas – agradeceu, envaidecida, Brunde.
– ... tem umas madames aqui e um cavaleiro...
– lheiro! – corrigiu Jói.
– ... tem umas madames aqui e o senhor Lheiro ... querem falar com o Governador, para agradecer um presente. Não? Não dá? O Governador está tomando café e já vai sair? Positivo.
Guardou o telefone e dirigiu-se para os visitantes:
– Olha, infelizmente não vai dar, vocês ouviram.
Jói agradeceu e já ia ligar o carro, quando Brunde berrou:
– Seu Rói, abre esta porta! Quem disse que ele não vai nos receber? - O motorista obedeceu e as três saltaram, saltando nos saltos:
– O senhor não se incomode, seu guarda, mas nós vamos a pé mesmo! – encerrou o papo, dona Brunde, exaltadíssima.
– As senhoras não podem entrar! - determinou Revolto.
– Quem disse que não? Não somos bandidas, retrucou Brunde, fora de si, enquanto acertava a testa da autoridade com a sombrinha. Jói ainda tentou:
– Mas dona Brunde, isso pode até dar cadeia...
– E tem homem aqui pra isso, seu Rói?
Passaram pelo portão pequeno e tomaram o caminho para o Palácio, a passos largos.
O cabo Revolto pegou o telefone e deu o alarme:
– Estamos sendo invadidos! Preciso de reforço!
..."

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