Reflexões VI
O inglês Thomas Hobbes (1588-1679), é autor da famosa máxima
"O homem é o lobo do homem", ou seja, o homem é o predador de seu
próximo (Wik). Posso acrescentar?: “... e é, primeiramente, lobo de si
próprio”.
Também o reformador religioso João Calvino (John Calvin) (1509-1564), discorreu
sobre o homem estar naturalmente inclinado a promover o mal ao outro.
Por isso preciso policiar minha raiva, minha ira, todos os meus pecados. Minha
raiva precisa ser curta, um espasmo. Se me permito raivoso por muito tempo viro
lobo, ajo como lobo, não penso, como o lobo. E passo a conspirar contra o
outro.
Cuido para que não me torne pessoa transtornada, obcecada pelos desfechos
malditos em que os pecados se tornam, quando nos dominam. Quisera ter a
capacidade de transformar pecados em virtudes. Eu seria um homem poderoso. Sim,
porque cada pecado tem um fel que também pode ser remédio para a alma, de algum
jeito.
- Gula boa seria uma refeição comedida, na medida.
- Avareza boa seria uma vontade controlada que
permitiria conquistas saudáveis que bastam.
- Luxúria boa poderia ser uma vontade firme de me tornar melhor nas
coisas que me dão conforto.
- Ira boa seria dominar a raiva que desdobra e
soergue o homem.
- Inveja boa nada mais seria do que a vontade estremada de ser tão
bom, tão competente quando o outro.
- Preguiça boa quando me obrigasse ao descanso
necessário.
- Vaidade boa seria a introjeção do sentimento de
importância que devemos ter pelo privilégio da inteligência.
Com pecados e virtudes convivemos, como convivemos com as bactérias.
A vida deixa de ser boa quando, enfraquecidos de alguma forma, um dos pecados
se avoluma, cresce e toma corpo na alma. Como um tumor. É quando o nosso lobo
nos domina e por ele somos feitos de marionetes. Do mal.
A vida é uma edificação. Catedral será se escolhidos e medidos todos os tijolos
que a erguerão e a manterão. No cronograma da vida não há coluna alguma ruim
que se destaque, nem ações programadas para trás.
Rogério
Sousa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário