terça-feira, 25 de setembro de 2012



    

             Talvez.         

Milhões de sóis
serão precisos,
alguns gestos de incandescência.
Milhões de trovões, talvez quaquilhões,
de clarões.
É preciso estourar esta noite que se arrasta,
que teima em seguir noite adentro,
que não acaba nunca.

Um dia, longo, grandioso, 
muito claro, branco,
precisa nascer.

Este longo espaço, 
envolto neste ar negro, me diz que poderei viciar-me na escuridão.
Temo a cegueira.
Urge que o dia nasça, rápido,
pois ainda me resta a possibilidade de um vislumbre.
Talvez.

(1979)

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